NÃO SELES AS PALAVRAS
“Disse-me ainda: Não seles as palavras da profecia deste livro; porque próximo está o tempo” Apocalipse 22:8/10.
Os preteristas apelam para Daniel argumentando que o livro de Apocalipse cumpriu-se antes de 70 dC dado ao tempo da escrita. Ou seja, Daniel deveria selar as profecias porque elas seriam para dias distantes, ou tempo do fim; como Apocalipse diz para não selar as palavras ‘porque próximo está o tempo’, então as profecias deveriam ter cumprimento em breve.
Veja as duas passagens de Daniel: “E a visão da tarde e da manhã, que foi dita, é verdadeira. Tu, porém, cerra a visão, porque se refere a dias mui distantes” Daniel 8:26.
“Tu, porém, Daniel, cerra as palavras e sela o livro, até o fim do tempo… Vai-te, Daniel, porque estas palavras estão cerradas e seladas até o tempo do fim” Daniel 12: 4, 9:
No entanto, Apocalipse 10:4 nos fornece um exemplo de quando se pretende que as coisas não sejam publicadas, mas ocultadas – pelo menos por enquanto, devido à distância de seu cumprimento: “Quando os sete trovões acabaram de soar eu já ia escrever, mas ouvi uma voz do céu, que dizia: Sela o que os sete trovões falaram, e não o escrevas” (Apocalipse 10:4).
Não selar as profecias em Apocalipse significa apenas que elas estavam na iminência de se desenrolarem; isto é, os acontecimentos profetizados estavam para ter início. Por esse motivo é que o primeiro versículo de Apocalipse usa a palavra breve quando fala das coisas escritas: “Revelação de Jesus Cristo, que Deus lhe deu para mostrar aos seus servos as coisas que brevemente devem acontecer; e, enviando-as pelo seu anjo, as notificou a seu servo João” Apocalipse 1:1.
Não é que todas as coisas aconteceriam dentro de um curto espaço de tempo (quatro anos segundo a cronologia preterista – 66 a 70), mas que elas em breve começariam a ter cumprimento. Nós sabemos que a manifestação do homem do pecado, a grande apostasia, a proliferação dos falsos profetas e a volta do Senhor Jesus exigem muitíssimo mais do que quatro anos para serem cumpridas.
Dizer que as coisas não devem ser seladas, é dizer que Cristo deseja que as coisas que João viu e ouviu e escreveu, sejam tornadas públicas, enviadas em um livro aberto, sem lacre, às igrejas, para que sejam vistas e lidas por todos; para que as aflições e perseguições do povo de Deus, tanto sob a Roma pagã como pela Roma papal, fossem conhecidas, e os santos não se ofendessem quando elas viessem, mas que estivessem preparados para elas; para suportá-las pacientemente; para que eles fossem informados dos erros e heresias que iriam surgir e da aparência e maldade do homem do pecado e de seus seguidores, tendo cuidado com eles; e que eles pudessem ter alguma certeza da destruição do Anticristo e do estado glorioso da igreja, tanto no reino espiritual e pessoal de Cristo, e assim serem consolados no meio de suas tribulações. Podemos aprender daí que as Escrituras em geral não devem ser fechadas e escondidas das pessoas comuns, mas que permaneçam abertas e devem ser lidas por todos; e, em particular com relação a este livro, que não é tão sombrio e obscuro como se pensa.
Comentario(1)
6-10. A primeira declaração é quase idêntica à declaração da
abertura do Apocalipse (1:1,2), exceto que lá foi mencionado um
"servo", João, e aqui são servos. Os 'espíritos dos profetas' são as
faculdades naturais dos profetas, despertadas e. avivadas pelo Espírito
Santo" (Swete). Do mesmo modo no versículo 7 somos levados de volta
a 1:3. Esta ordem de guardar as palavras da profecia deste livro (veja
3:8,16; 14:12; 12:17) enfatiza uma verdade que estamos prontos demais
a esquecer, isto é, que as Escrituras proféticas têm implicações éticas.
Profecias e mandamentos estão aqui interligados. (Moody)
Comentário (2)
No relato da Bíblia Sagrada, há diversas profecias que revelam acontecimentos que só se concretizaram centenas de anos após a morte do profeta. No caso de Daniel, por exemplo, o tempo entre o recebimento da visão e seu cumprimento foi de pelo menos 400 anos. Nesse caso, o anjo Gabriel explica que a mensagem se refere a dias muito distantes. Logicamente, podemos deduzir que se 400 anos é um tempo muito distante, o “breve” presente em Apocalipse deve indicar algo bastante próximo. Esse contraste torna-se mais nítido no restante da leitura do livro da revelação: Disse-me ainda: Não seles as palavras da profecia deste livro, porque o tempo está próximo. Apocalipse 22:10 João é proibido de selar sua profecia, pois o tempo estava próximo. A partir disso, podemos compreender que qualquer interpretação que sugere que o cumprimento principal do livro ainda está para acontecer se opõe ao texto do próprio livro. A validade da mensagem João não teve nenhuma dúvida acerca da fonte de sua mensagem: a palavra de Deus e o testemunho Jesus Cristo. O próprio autor coloca este livro na mesma categoria do resto das Escrituras, e fez questão de transmitir a revelação que havia recebido. Um dos anciãos tomou a palavra, dizendo: Estes, que se vestem de vestiduras brancas, quem são e donde vieram? Respondi-lhe: meu Senhor, tu o sabes. Ele, então, me disse: São estes os que vêm da grande tribulação, lavaram suas vestiduras e as alvejaram no sangue do Cordeiro, Apocalipse 7:13-14 A revelação se deu por forma de visões e imagens dramáticas, que transmitiram as visões que Cristo queria passar para todos os seus servos. Desta forma, o apóstolo João relatou a tudo aquilo que viu: as evidências dos sinais são categóricas.( Rev. Napoleão Falcão )
Comentários (3)
No versículo 10 é dito a João que não sele as palavras da profecia este livro. A teologia popular de nossos dias diz que o livro está selado. Isto significa uma de duas: ou João desobedeceu às suas instruções, ou a teologia
acima referida considera o assunto com os olhos fechados pelo “espírito de profundo sono” (Isaías 29:10-14). O verso 11 prova que antes da vinda de Cristo termina o tempo de graça e que os casos de todos estão inalteravelmente fixados, porque logo no versículo seguinte Cristo diz: “E eis que venho sem demora” Que perigosa presunção é pretender, como alguns, que haverá um tempo de prova mesmo depois desse acontecimento! Cristo traz o Seu galardão para dar a cada um segundo as suas obras, o que constitui outra prova concludente de que não pode haver tempo de graça, pois daquele acontecimento, porque todos os vivos ímpios, os “que não conhecem a Deus”, os pagãos, e os “que não obedecem ao Evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo! Os pecadores de países cristãos (2Tessalonicenses 1:8), serão sitados com repentina destruição por Aquele que então vem como labareda de fogo para tomar vingança dos Seus inimigos.(Uriah Smith)
Comentário (4)
Apocalipse 22:10-11
A insistência desta passagem refere-se à iminência da vinda de Cristo. Nesta passagem o locutor deve ser Jesus Cristo Ressuscitado em pessoa. Nos Apocalipses anteriores, que foram escritos no período intestamentário, a instrução sempre era para selar o livro e guardá-lo para que fosse reaberto num futuro distante. Em Daniel, por exemplo,
muito tempo (Daniel 8:26). Mas a João não sobra tempo sequer para selar seu livro. O livro deve ficar aberto e ser lido, porque o que nele se narra está a ponto de suceder. Nesse caso, qual é o significado desta passagem que,
aparentemente, diz que os homens devem ficar no que estão? Há duas possibilidades.
(1) Chega um momento quando já é muito tarde para mudar (Daniel 12:10, Ezequiel 3:27). Chega um ponto em que certas características
estão até tailandês ponto implantadas em nosso caráter que as situações novas só conseguirão as arraigar mais em nós. Esta é uma de nossas tragédias. É possível rejeitar a oferta de Cristo porque somos incapazes de
aceitá-la. Este é, em realidade, o pecado contra o Espírito Santo.
(2) O antigo comentarista do Apocalipse, Andréas, tem uma explicação desta passagem que pode aceitar-se. O Cristo ressuscitado
diz, em realidade: "Que cada homem aja segundo sua vontade. Eu não farei nada para forçá-lo." E é bem possível que este seja o significado das palavras que lemos aqui: "Eu não obrigo a ninguém, a única arma que uso é a persuasão; que cada um seja o que tenha escolhido ser; mas se alguém me permite, eu posso fazê-lo nascer de novo". Pode tratar-se, então, de outra advertência no sentido de que cada um determina seu próprio destino em cada uma das ações que vive.(William Barclay)
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